Quando mudei para cá parecia que o mundo ia acabar. Nervosismo. Entusiasmo, mas um palpitar stressado de não saber o que aí vinha. Veio uma casa nova, uma cidade nova. Veio outra, mudanças e mais mudanças. Veio o desespero da incerteza. Depois veio o trabalho novo. Os desafios. O desconhecido. A luta. Por fim, a confiança. Até que o contrato acabou. Novamente a gestão de sentimentos estranhos, o desespero do desemprego. Dois empregos e mesmo assim não chegam para as contas. Mais pessoas novas mas distantes, decorrentes de estar com elas de passagem, só por umas horas por semana. Turmas e mais turmas. Dificuldade em saber todos os nomes, chegar a todos. Muita indisciplina onde são mais de 25 numa sala depois das 16.30 da tarde.
Cheguei à conclusão que tenho de ser grata, de agradecer o que tenho. De parar os lamentos que não alimentam nada nem ninguém e ir à luta, ver além daquele que acho que consigo fazer.
Cheguei à conclusão que tenho de ser grata, de agradecer o que tenho. De parar os lamentos que não alimentam nada nem ninguém e ir à luta, ver além daquele que acho que consigo fazer.
Tenho de ter confiança em mim. Acreditar que consigo tudo. Ainda por cima, eu sou dedicada, daquelas que passam o fim de semana a planear aulas e arranjar materiais. Isto foi o que eu sonhei, não com estes contornos, mas os sonhos tem esse vislumbre, o facto de não serem assim tão nítidos. Contornos. O resto, com calma e alma vai-se construindo.