Todos os dias que passei para chegar aqui foram feitos de desafio, de fios emaranhados que desenrolados pelo decorrer natural dos dias, se teceram uns nos outros e constroem o presente imaginado que um dia foi futuro. Hoje, num dia frio de sol, incoerências próprias de quem vive de pernas para o ar neste planeta terra que gira e vai num movimento imperfeito de uma rotação perfeita.
Que coloca os momentos no sítio certo, na hora certa, que nos coloca uns ao lado uns dos outros quando disso precisamos. O universo tem uma forma estranha de se pronunciar.
Muitas vezes não se percebe a linguagem, os signos, os códigos que decifram tal comunicação, só com algum distanciamento com o coração aberto e os braços levantados para o céu naquele movimento de agradecimento em que todas as dores de alma cessam e algo acontece.
Esse algo tem contornos de magia, de instantes pormenorizadamente pensados por alguém ou algo superior a toda esta consciência. Quem será ou o quê, não sei... talvez nunca o vá descobrir. De onde vem esta inspiração divina que descodifica toda esta existência desta forma. A arte não nos ataca, nunca. Adoça-nos a vida. Alimenta-nos a alma. Dá-nos tudo aquilo que precisamos, quando precisamos. Como se fosse o natureza no seu íntimo mais profundo a sentir a necessidade e a vontades de quem cresce neste mundo, a cada segundo que passa.
Hoje é só mais um dia, igual a todos os outros mas distinto na sua forma incoerente de ser.