sexta-feira, 31 de julho de 2015

Peter pan...

Se me olhasse ao espelho, não me dava a idade que tenho. Tenho cara de miúda. Não de miúda de 31. Se calhar é por conviver com pessoas mais jovens, por a minha formação estar intimamente ligada às crianças. Por gostar de brincar, de rir, de fazer coisas malucas, por não ter medo de arriscar. Se calhar essa imaturidade do tá-se bem que digo vezes sem conta faz de mim, assim ser de cara de miúda de 31 que não parece nada. 
Ganha-se com a idade aquilo que se perde com a vida. Consciência de sermos nós próprios e em plena transformação. Vou ali e já volto, e já não volto a mesma. 

Vai e vem...

 Às vezes fico farta deste ir e vir. mas depois penso nele e como faz isto todos os fins de semana só para estar comigo. Quando estou cá é que me apercebo que viagens todas as semanas também cansam. Vamos hoje mais uma vez da Margem sul para Coimbra, para a nossa casa. que não é nossa a sério, só a brincar. Se nem sei já onde é o nosso poiso a sério. E depois do fim de semana, lá fico eu com a companhia dos nossos dois cães e ele regressa a Lisboa, ao trabalho, à casa emprestada e à vida de cá.  Isto de vidas perfeitas não existe mesmo. Sou só eu, ele e dois cães enormes que ocupam muito espaço e fazem muito banzé. Mas isso só ao fim de semana. 
Já morávamos juntos há mais de 7 anos quando nos separámos porque tinha de ser, a vida assim obrigava. Nos primeiros dias que fiquei sozinha, chorei quase todos os noites. Depois engoli as lágrimas e os dias foram engolidos por mil coisas para fazer e assim se passaram meses. Suportáveis. A sexta feira um tónico, e o fim de semana aproveitado sempre bem. 
- é só uma fase. - diziam-me as pessoas que moravam com a família.
- se tivesses filhos era pior. - e eu pensar, não, não era, que assim sempre tinha mais força.
É preciso ter coragem e ser mãe guerreira, mas também é preciso ter coragem para suportar este mundo sem filhos, quando a vontade de os ter, já é tanta. 
Ó mundo ao contrário, vira-nos do avesso, prega-nos uma partida, faz com que tudo corra bem, eu aguente esta última fase, o P. tenha um bom futuro no trabalho onde está e eu no fim do mestrado que está quase, arranje um trabalho bom para poder ter filhinhos lindos. É pedir muito, universo?

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Confirmo. Ainda estou apaixonada.

Um passeio de fim de tarde. Um jantar a ver o mar, aquela sensação de mar e férias. As ruas planas boas para andar de bicicleta, tantos quilómetros para correr. Os sonhos são para concretizar, a ver vamos o que me reserva a vida e o que eu faço com ela...

quarta-feira, 29 de julho de 2015

um quarto para as sete...

O P. já saiu do trabalho. espero-o com as tralhas prontas para irmos à praia aproveitar o resto do dia que estes dias são compridos. E lá vou, ver a minha Costa, ver se ainda continuo apaixonada por tal sítio. Se ainda quero morar lá. acordar e ir correr naquela areia. Passear no mar nos dias sombrios e aproveitar os solarengos. Já disse que era muito feliz se morasse ao pé do mar, não?
Gosto quando escrevo sobre coisas concretas, mas ao mesmo tempo, nem pareço eu a escrever, tal é a objetividade da coisa. Pronto. Vou ver o mar e já volto.

Coisas do normal que existe em mim.

Antes de sair, como uma maça, bebo um copo de água e entrego-me à rua que me engole. E eu deixo. Da janela do meu carro vejo o mundo a correr, mas afinal sou só eu, em velocidade a fugir dele.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

o post que nunca pensei ter coragem de publicar...

No dia em que voltei para Lisboa, chorei. desalmadamente. por não ter vida a que voltar. Por ter que ir para Coimbra para uma casa vazia, por não falar com os meus pais, por não ter sequer dinheiro na conta e tantas coisas para pagar, contas, propinas.

Por não conseguir contar a ninguém o que me estava a acontecer, nem sequer ao P. Chorei por não ter coragem de pedir ajuda. Chorei pelo pé que me impedia de trabalhar. Por me sentir tão sozinha, sem acrescento nenhum ao mundo. Por sentir que tinha falhado comigo, que me tinha comprometido a ser feliz e não estava a conseguir.

Doía-me o peito de tanto suspirar em largos prantos de uma dor que nem sei de onde vinha. E ter de aguentar esta dor sozinha, fechá-la numa caixa do tamanho da minha dor para que não rebente e se mostre por aí. Hoje rebentou-me do peito como uma mola que dispara sem trajetória, num choro profundo e nostálgico do que poderia ter feito com a minha vida e não fiz...

Férias parte I

Até me doí o coração recordar já aqui sentadinha na cadeira de uma casa, os dias de férias passados com o P. por esse sul além.
No primeiro dia descemos de Almada para Porto Côvo e lá assistimos aos concertos do primeiro dia do festival de músicas do mundo de Sines. Um aperitivo para o descanso, o dolce faire nienti que estava para vir. 
Na manhã seguinte, pequeno almoço tomado, fomos a São Torpes para um "banho termal" que fez milagres na minha cabeça ( que se tinha deitado bem tarde). Rumo a sul, almoçamos na Cordoama, a praia de eleição do P. desde que colocou as vistas naquelas montanhas de perder o norte, no sul.
Passámos alguns dias com amigos nossos que moram perto de Lagos e foi petisquinhos, passeatas e muito colo. Eles tinham uma bebé de 3 meses e até me baralhou aqui o relógio cá de dentro, que quase queria raptar a bebé e trazer comigo, mas como na carrinha só cabemos nós e o cão, ficou tudo igual.

Depois partimos para a praia da Cordoama onde passámos a noite. Acordar de manhã e ver o mar, aquelas montanhas ainda selvagens, é qualquer coisa. Não trocava isso, por nenhuma comodidade deste mundo.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Escrever para lembrar todos os dias...




Escrever ajuda-nos a lembrar. Neste diário metafórico dos dias que passam, mantenho a memória viva e a escrita presente. Estes dias são de calma, ainda tenho umas situações para resolver, mas vou acreditar por enquanto, que tal como é tão apregoado nestes dias, a vida resolve-se por si mesma...

Ando a sentir tanta vontade de ser mãe, de ter um filho. De acabar o curso e ir trabalhar. De mudar de cidade e de casa. De arrumar tudo outra vez. De começar de novo. De resolver situações. De começar a correr. De começar a gostar verdadeiramente de mim.



sexta-feira, 3 de julho de 2015

O outro momento..

O outro momento ( só tem sentido se lerem o post anterior, ou então pode-se pôr a hipótese de não ter mesmo sentido) em que ficas à frente do computador a reclamar entre dentes das coisas que tens para fazer e não fazes absolutamente nada. Aliás usas esse tempo, ó bem precioso,  para te irritares a ti própria e te auto flagelares com pensamentos nada produtivos.
Só mais cinco minutos neste desatino e depois tenho de descontrair a mente. Comer um gelado, pensam vocês, não! lavar louça, dobrar roupa e lavar a casa de banho.  Para depois me sentar 5 minutos no sofá e abstrair o pensamento com uma treta qualquer sem jeito para estar em sintonia com este humor,  Este humor de cão ( raivoso) nasceu da combinação de noites sem dormir, escrever sem parar e uma vontade imensa de sair, cagar para isto, beber copos e dar gargalhadas alto.
Se não fosse o amanhã ( combinação dos mesmos fatores citados anteriormente mais ressaca) é que era já. Nem me calçava nem nada. Ia descalça, despenteada, mas de sorriso na fronha!

Aquele momento...

Aquele momento em que perante a gigantesca missão de escrever o que outros escreveram com aspas e foram citados mil vezes, para combinar tudo direitinho com ( ) se tiras a ideia do autor e tretas e afins... tens a sensação que é tudo uma manta de retalhos e barda merda, sim leram bem, para a cientificidade ( não existe a palavra, mas devia existir!) da coisa.
Olha tive aqui uma ideia que me ocorreu da minha experiência de vida, Vou pôr entre parênteses a merda da minha vida e arrumar a casa. Ò arrelia máxima!

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Escrever um dossiê... para quê? heheheh

E ficam para trás os cafés com amigos, as conversas descontraídas, um jantar relaxado, os emails por enviar, as festas de anos, os concertos e as saídas.
Nascem as sopas à frente do computador, as poucas horas de sono, as canecas vazias de café que se juntam no escritório, o avançar, retroceder,  o amaldiçoar tudo num momento e dar graças no momento seguinte. O gostar ou o isto tá tudo uma merda!
Contradições de alguém que escreve enquanto o mundo lá fora avança....