Às vezes fico farta deste ir e vir. mas depois penso nele e como faz isto todos os fins de semana só para estar comigo. Quando estou cá é que me apercebo que viagens todas as semanas também cansam. Vamos hoje mais uma vez da Margem sul para Coimbra, para a nossa casa. que não é nossa a sério, só a brincar. Se nem sei já onde é o nosso poiso a sério. E depois do fim de semana, lá fico eu com a companhia dos nossos dois cães e ele regressa a Lisboa, ao trabalho, à casa emprestada e à vida de cá. Isto de vidas perfeitas não existe mesmo. Sou só eu, ele e dois cães enormes que ocupam muito espaço e fazem muito banzé. Mas isso só ao fim de semana.
Já morávamos juntos há mais de 7 anos quando nos separámos porque tinha de ser, a vida assim obrigava. Nos primeiros dias que fiquei sozinha, chorei quase todos os noites. Depois engoli as lágrimas e os dias foram engolidos por mil coisas para fazer e assim se passaram meses. Suportáveis. A sexta feira um tónico, e o fim de semana aproveitado sempre bem.
- é só uma fase. - diziam-me as pessoas que moravam com a família.
- se tivesses filhos era pior. - e eu pensar, não, não era, que assim sempre tinha mais força.
É preciso ter coragem e ser mãe guerreira, mas também é preciso ter coragem para suportar este mundo sem filhos, quando a vontade de os ter, já é tanta.
Ó mundo ao contrário, vira-nos do avesso, prega-nos uma partida, faz com que tudo corra bem, eu aguente esta última fase, o P. tenha um bom futuro no trabalho onde está e eu no fim do mestrado que está quase, arranje um trabalho bom para poder ter filhinhos lindos. É pedir muito, universo?