quarta-feira, 18 de maio de 2016

Ostra ferida

Largo neste sítio estas palavras. Estou cansada. Os meus dedos ágeis descansam-me no peito apertado. Será que é de mim este sentimento, esta tristeza profunda que me assola.

Levaram-me as palavras, remexeram-nas. trocaram-nas de sítio. pontuaram-as. mudaram-lhe o sentido. A paixão que tinha desconfiguraram-a em pedaços. Partes que apanho do chão azul do céu que existe debaixo da minha esperança. Colo essas partes com os meus dedos já cansados, com a minha alma ferida, num rasgo profundo.

Nesse desairo de alma, compreendo o que nunca vi, incapacitante forma absoluta da luz, Olha-me nos olhos e fere-me na minha luz, porque tinha permitido a sua entrada, estava sem defesas. Caio para dentro de mim e sinto-me aninhada a um canto da minha alma.

Eu perdi uma amiga. Não, ela não morreu, mas magoou-me tanto que já não a quero mais. E este pulsar fraquinho que me bate no peito é sinal de que eu não fui, ainda continuo aqui. Que a vida será sempre essa facada gelada. o aninhar e o abrir. o sofrer, a dor e a cura. Só a ostra ferida é que dá pérola. Merda para isto.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

liberdade, por favor...

No meio desta escrita insana, fundamentada e formatada, preciso de me encontrar e fazer as pazes com as palavras que tenho dentro de mim.Liberdade pura. Sem questionar vírgulas ou pontos...Sem me questionar a mim...

Fuga
É do mar que te conheço os olhos. 
Lembro.me deles pousados no pensamento de uma ave.
É da terra que me lembro das tuas mãos,
Como galhos, ramos duma árvore
Em crescimento rumo à luz do sol e ao brilho do céu.
É das terras, que te emprestaram a cor que me recordo de ti.
Se fechar os teus olhos em mim, nasces-me outra vez.
Cheiro o teu odor a floresta e a pedras lavadas pelo rio.
Voltas a nascer em mim, poesia, quando te encostas no meu colo.
Nas tuas pequenas mãos, nasce um mundo novo sentido com outros olhos.
Os teus. Palavras. Corpo. Texto. Poesia.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

respira fundooooooooooo

Chegou o email. A resposta. o feedback. Chegou a crítica, a censura e o medo que se instalou dentro de mim. Como se as palavras nunca bastassem. As que mais gosto, não foram aceites ou compreendidas. As de dentro de mim, não foram valorizadas.

Apetece-me abandonar isto. Por um fim a esta insanidade. Não, não me apetece escrever mais. Já tive a minha lição de mundo. Já fui magoada, já magoei. Já arrancaram de mim, o que gostava mais em mim. Completamente desfeita, em lágrimas...

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Dores de alma

Ando com as emoções nem sei bem onde, penduradas por um fio, fininho, quase invisível. Mal acontece qualquer coisa, lá vai o medo puxar o fio e vem tudo por aí abaixo.
Estou com uma sensação de tristeza muito grande, eu explico.
tenho uma amiga que me magoou. E muito. Mas diz não ter consciência disso. Nem sei se tem. A verdade é que me magoou e eu como sempre falei, disse o que sentia.
Deixou-me tão vazia, e tão, mas tão profundamente triste que nem as palavras me acodem...Amanhã é outro dia, diz-me o pensamento do outro lado da janela. Não vás, por aí...

Escritas...

Isto de escrever os dias tem muito que se lhe diga. Eu neste momento, encontro-me a escrever a minha tese de mestrado e as palavras, essas, parece que as poupo todas para lá. Como se se gastassem, se só existissem aquelas. Tenho passado algum tempo com os meus pensamentos, mas tenho conseguido ajudar outras pessoas, que era também a minha intenção neste processo.

Tem sido mais difícil do que pensei. Existem normas, padrões e toda uma série de regras que tem de ser cumpridas. Aliá-las a um processo íntimo, pessoal e reflexivo de escrita é deveras complicado.
Mas tenho conseguido fazer o meu percurso, com os meus devaneios característicos, as meus pensamentos filosóficos e uma dose de amor muito grande. Esse amor tem também de sobrar para mim, que aprendi neste processo que é muito fácil perder o meu amor próprio.
Assim cá vou seguindo num processo ora genial, ora desastroso, natural de quem pensa nestas coisas de coração aberto e com vida por dentro.