Movimento. Liberdade. Dança. Jogo corrido. Ir buscar o que preciso. Buscar o que outros precisam. Ir lá fora e voltar rápido. Tenho de superar esta prisão. A minha cabeça voa alto e o meu corpo fica imóvel. Tudo é complicado de fazer. O tempo parece que não passa.
Todos me dizem relativa e sim relativizo, mas metam-se na minha pele, por um dia e depois relativizem vocês, que já estou cansada de relativizar. Tantas alturas na minha vida, porquê agora?
A comida, o banho, o vestir, o ir buscar o secador, o não conseguir apanhar nada no chão. O estágio e as limitações. A estúpida dependência que quando entro em minha casa termina e eu tenho de fazer tudo, mesmo que demore muito e custe outro tanto. Há dias em que mandava tudo às urtigas. faço um esforço tão grande para tudo mas tudo parece tão natural que ninguém se apercebe que estou em superação, que não dá para viver sozinha, para andar de autocarros, para fazer o exigido para não me sentir mal comigo mesma.
E principalmente para estar sempre de sorriso na cara, como se nada fosse. Como se fosse assim e pronto. Não te queixes. vamos planear mil e uma coisas e tá tudo bem! vais cumprir como sempre, e na parte divertida ficas sentada a ver a vida correr.
Isso tudo e o apoio familiar que não existe. O isso passa. Amanhã vou aí, mas nunca vem. O precisas de alguma coisa, que não se ouve....
Mas sim hj o meu ser guerreiro está cansado e se tivesse força nos braços que me doem de suportar o corpo, mandava sim tudo para as urtigas.
Entretanto fica aqui o resíduo que devia ir para as urtigas, para ser pensado, reaproveitado em energia, energia positiva que no fim isto tem de ser combustível para a vida, transformação do mau em bom. Eu desatino mas alinho no minuto a seguir. escrever ajuda-me a compreender, a suportar, a olhar para dentro de mim e cuidar. pensar por bem. Recuperar.