boas novas

pronto já arranjei mais um trabalho. duas manhãs e 4 tardes já estão preenchidas. passo a passo chego lá.

é a piiiiiiiiiii da vida!

Ai senhores! A pessoa passa o tempo à procura de emprego e parece que se esquece da própria existência.
Ora vejam lá!
- A pessoa esquece-se de tratar de si, pois está sempre super deprimida!
- Engorda porque está em casa e a comida é uma droga boa (aparentemente) para o sistema nervoso.
- A pele fica por consequência uma merda.
- Os nossos limites começam-se a esticar e a nossa auto estima a ficar uma miséria.

Logo agora que devia estar no meu melhor, para ir a entrevistas, para parecer ser super interessante, muito trabalhadeira, responsável e coiso e coiso. Amanhã tenho uma entrevista para dar inglês ao pré escolar e ao primeiro CEB. OH my GOOd! Logo se vê como corre. Já tenho aquelas horitas da expressão dramática e preciso de mais que a pessoa não vive do ar (ainda mais agora!)!

Estou ansiosa para ir trabalhar! Sair desta casita e ter gosto de cá voltar! Vai-me fazer tão bem! E preciso de pagar contas e ir ao supermercado comprar sem ir sempre com os tostões tão contados que não dá para comprar nadaaaa (não que essa realidade vá mudar de repente mas pronto sempre se pode comprar mais um pãozinho de centeio em vez do branco).

Tardes. 16.30

Nestes dias de incertezas do futuro dou por mim a viver o presente ansiosa. Na respiração. No pulsar rápido de um coração que nem por isso chega mais rápido.
Nestes dias, vivo uma solidão horrível, tentando ocupar o tempo mas acima de tudo a cabeça. Doí-me o pensar. Sei bem que são estes tempos que me irão fortalecer para os dias que vão chegar. Quando os telefonemas surgem, poucos e espaçados, eu sorrio com as palavras que sempre estiveram ao meu serviço e convenço-os de que sou feliz, está tudo bem e afins. E de facto sou, bem sei que são momentos e tudo se deve a esta fase.  Quando largo o telefone, choro. E mostro as fragilidades, os medos e tudo que me habita, mas que não gosto de mostrar. Nem a mim, porque eu não sou assim, sou luz.

A DIFERENÇA!

São 11 da manhã e eu já...
corri 3 km.
tomei banho.
limpei o pc e organizei as pastas.
enviei emails com currículos.
tratei de assuntos pendentes.

Não me sinto uma totó desesperada ... porque fui CORRER! e AS ENDORFINAS boas trataram de mim e fizeram-me fazer! Pronto, só para que fique o registo!

O mundo fora da minha janela...

Da minha janela ouço a escola. Frenética, barulhenta, cheia.
Todos os dias em que espero, da minha janela eu ouço. Como desígnio divino do que tem de ser. Como que a chamar por mim e eu aqui, a chamar por ela. Nasci para estar entre as crianças. Nasci para dar, partilhar, receber, ensinar e aprender. Aprender a ser. Para depois ensinar.

Ontem recebi um telefonema da escola que queria, para dar a Aecs, não é muito dinheiro, mas é dinheiro e é voltar. Ainda falta a entrevista. Espero que fique e se não ficar que seja porque o melhor está para vir e eu aqui de longe, sem óculos ainda não consigo ver. Obrigada universo pela oportunidade de me escutarem.

em casa...

prometi-te a paciência e a sanidade de acreditar que tudo se vai resolver.
Prometi-me um dia melhor, todos os dias. Sabes, esta casa já não me parece feliz. De tanto tempo que fico aqui. sozinha, a lutar contra os meus próprios pensamentos. Continuo a acreditar. Tenho de acreditar.
Mando currículos atrás de currículos. Todos os dias. O telefone não toca. Eu rezo, aguardo por um sinal de que tudo se vai compor. E acredito com muita fé. Visualizo. Mais uma vez universo, roda tudo, baralha e dá. Eu recebo e dou de volta, ok?

Início de Setembro

Acordo com as galinhas que não tenho. Água quente e café. Puro. Forte. Faço as tarefas que compõem a manhã organizada de quem não sai de casa mas tem que se manter ativa senão enlouquece.
Abro a página. Não saíram listas. Busco por empregos e faço uma lista. Passo a mão na cara vezes sem conta. Acordo os meus sobrinhos que esperam pela escola que os aguarda. Pequeno almoço. Pôr tudo em marcha. A casa está um caos. Eu também. Hoje é a minha primeira aula de condução. Aguardo por uma boa notícia. Sorrio para as crianças. Elas não tem culpa disto tudo. Tento pensar positivo.